Abrir uma empresa, aumentar a produção e estocagem para consequentemente aumentar a receita do negócio. Para isso é necessário angariar capital. E é aí que surge uma dúvida em todo empresário: Como conseguir dinheiro para minha empresa?
Essa é uma questão pertinente, afinal, nem sempre tomar dinheiro emprestado é bom. Entretanto, se o financiamento for bem estudado pode ser uma excelente opção para alavancar o seu negócio.
Para isso é importante saber uma questão. Se o capital necessário será para cobrir prejuízos ou se será para realizar investimentos em expansão, seja ele para abrir uma empresa, na estocagem ou na linha de produção.
Caso o capital necessário seja para cobrir prejuízos a empresa poderá estar entrando em uma bola de neve. Visto que irá pagar juros pelo prejuízo, o que pode agravar ainda mais a situação.
Vamos entender cada situação, e qual a melhor opção para conseguir capital:
Para quem está começando, como conseguir capital?
Para quem está iniciando um negócio, as instituições públicas e privadas não possuem uma linha de crédito específica, sendo que muitas pessoas acabam recorrendo nesse caso à empréstimos pessoais, o que é um verdadeiro equívoco.
Isso porque os juros dos empréstimos pessoais são na maioria das vezes bem mais altos do que os juros de linhas de crédito disponíveis para empresas, e podem inclusive atrapalhar o início do seu negócio.
Entretanto, existem algumas dicas que você pode seguir para angariar capital para começar a sua empresa, sendo elas:
- Encontre um investidor Anjo – Amigos e parentes que confiam no seu negócio, ou até mesmo investidores. Contudo, para conseguir esse tipo de investimento é fundamental ter um bom plano de negócios desenvolvido, com taxas esperadas de retorno bem definidas.
- Encontre um sócio – O sócio é uma pessoa que irá aventurar-se com você na jornada. Correndo os mesmo riscos e enfrentando os mesmos desafios. Portanto, antes de encontrar um sócio, lembre-se que a sociedade é como um casamento e por isso é fundamental que haja uma boa sintonia entre ambos.
- Equity Crowdfunding – Essa é uma modalidade que está crescendo no Brasil, e significa financiamento coletivo em troca de participação acionária. Ou seja, você cria uma “vaquinha” online para o seu projeto, levanta fundos, e quando o seu negócio estiver funcionando paga um valor referente ao capital que cada investidor investiu.
Agora, se a sua idéia é inovadora, e não há ninguém que ainda desenvolveu algo parecido existem programas de incentivo do governo como o PIPE (Programa Inovativa em Pequenas Empresas) da FAPESP e o Inova Talentos da CNPQ.
O que fazer quando a empresa precisa de capital para cobrir prejuízos?
Em situações como essa é fundamental, primeiramente, fazer um levantamento e ajuste dos custos da empresa. Avaliar onde poderá haver cortes, ou até mesmo refazer a precificação do produto.
Nesse sentido, a empresa irá conseguir fazer um bom planejamento financeiro, evitando novos prejuízos. No entanto, para cobrir o prejuízo passado, após uma boa reengenharia de custos o ideal é tomar capital de longo prazo. Com parcelas reduzidas.
Nesse caso, vale mais a pena pagar uma parcela bem menor mesmo que o juros de longo prazo sejam maiores do que tomar dinheiro de curto prazo, com descontos de recebíveis por exemplo.
Para isso existem linhas de financiamento de capital de giro em bancos públicos e privados. O juro desse tipo de empréstimo não é baixo, e em alguns casos a instituição financeira irá exigir uma garantia real para realizar o empréstimo.
O prazo de pagamento varia de 12 a 60 meses, dependendo do tempo que sua empresa está no mercado, bem como a garantia oferecida à instituição bancária.
Uma possibilidade também é buscar sócios investidores. Pessoas que desejam ganhar mais do que uma aplicação na poupança e que confiem no seu negócio. Contudo é preciso primeiramente avaliar qual será a capacidade de retorno para o sócio e avaliar se ele está disposto a investir obtendo o retorno apresentado.
Aumento de produção e estocagem
Quando pensamos em aumento de estoques estamos falando em aumentar o capital de giro da empresa.
Existem, basicamente três possibilidades: Buscar sócios investidores, recorrer à empréstimos bancários de capital de giro ou aumentar o endividamento junto à fornecedores.
Nesse caso é mais importante pagar um juro baixo para não prejudicar a rentabilidade do projeto. Sendo assim, as instituições públicas normalmente oferecem empréstimos com juros melhores.
Todavia, a garantia será a responsável por determinar os juros. Um empréstimo com garantia mais sólida, como um imóvel por exemplo terá taxas mais atraentes de juros. Enquanto um empréstimo sem garantia terá taxas maiores.
Esse fato ocorre pela questão do risco. Afinal, quando as garantias apresentadas são pouco sólidas o banco estará correndo mais risco e por essa razão aumenta o juros do capital emprestado.
Também existe a possibilidade de aumentar o crédito junto à fornecedores. Todavia, é imprescindível nesse caso fazer uma boa análise do giro do estoque. Pois, se você passar a aumentar a compra com pagamentos de curto prazo e o estoque não girar poderá ter sua liquidez comprometida e consequentemente o crédito cortado.
E finalmente, existe a possibilidade de atrair investidores para o seu negócio. Nesse caso é essencial saber qual a rentabilidade do projeto, e saber oferecer corretamente ao investidor a possibilidade de ganho sem que com isso a empresa saia prejudicada.
Empréstimos para investimento em maquinários
Quando pensamos em empréstimos para aplicação em novos maquinários as possibilidades se ampliam, bem como o juro também cai.
Existem no mercado boas linhas de crédito para essa modalidade, sendo que as principais e mais conhecidas são o PROGER e as linhas do BNDES.
O PROGER é um programa do governo federal que tem como objetivo fomentar a geração de renda por meio da oferta de linhas de crédito com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
Essas linhas de crédito estão disponíveis em alguns agentes financeiros como Banco da Amazônia, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Caixa Econômica Federal. Esses agentes são responsáveis por analisar e assumir o risco de crédito.
As linhas estão acessíveis à empresas legalmente constituídas, que possuem um faturamento mínimo comprovado de 12 meses, e que sejam responsáveis pela criação de empregos ou mantenham um posto de trabalho existente.
O PROGER financia máquinas e equipamentos novos e usados com até 5 anos de uso, móveis e utensílios, reforma e adaptação de prédios, bens e serviços inerentes à atividade da empresa, entre outros.
O BNDES é um banco ligado ao governo federal cujo objetivo é fomentar o desenvolvimento econômico e social do país. Suas linhas de crédito assemelham-se também às do PROGER, e a forma de captação de recursos é através dos bancos credenciados.
Recentemente o BNDES anunciou uma linha de crédito voltada para micro e pequena empresa, incluindo inclusive os microempreendedores individuais (MEI). Essa nova linha possui um teto de R$ 500 mil e tem carência de dois anos para começar a pagar, sendo o crédito dividido em até 60 meses.
As taxas de juros oferecidas para essa nova linha de crédito são TFB, TLP ou Selic. A escolha da melhor taxa é feito diretamente na negociação entre o gerente do banco credenciado e o empresário.
Os bancos privados também possuem linha de financiamento para maquinários, entretanto o valor dos juros é um pouco mais alto do que essas linhas de crédito que acima apresentamos.
Faça um bom planejamento antes de tomar um empréstimo
Apesar de existir boas linhas de crédito para a tomada de empréstimos é fundamental que você faça um bom planejamento antes.
Um dos pontos fundamentais que precisa ser analisado é se a taxa de juros paga pelo financiamento é menor do que a rentabilidade do projeto.
Uma outra análise é se o valor gerado de lucro na empresa será capaz de pagar a prestação do financiamento. Fazendo uma boa análise dessas questões você estará pronto para começar a expandir o seu negócio.